A meditação é uma prática muito antiga, com origem nas tradições orientais, estando especialmente relacionada às filosofias do yoga e do budismo. Contudo, esse termo também é utilizado para designar algumas práticas cultivadas por certas religiões, como o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, o taoísmo e o xamanismo entre outras, através do deslocamento da consciência do mundo externo para o interno.
Pode-se definir meditação como uma prática que engloba um conjunto de técnicas que buscam treinar a focalização da atenção. Por essa razão, pode ser chamada de processo auto regulatório da atenção, em que através da prática é desenvolvido o controle dos processos atencionais. Além disso, a meditação pode ser caracterizada como uma prática que atinge objetivos semelhantes a algumas técnicas da psicoterapia cognitiva, embora por meios distintos. Ambas levam à diminuição do pensamento repetitivo e à reorientação cognitiva, desenvolvendo habilidades para lidar com os pensamentos automáticos.
A diferença contudo é que, na prática da meditação os conteúdos que emergem à consciência não devem ser confrontados ou elaborados intencionalmente, apenas observados, de forma que a prática se transforme em um aprendizado de como não deixar influenciar-se pelos mesmos e compreendê-los como fluxos mentais. Inúmeros estudos vêm mostrando a sua eficácia, que está especialmente relacionada à diminuição dos sintomas ligados ao estresse e à ansiedade. Além disso, as pesquisas revelam que essa prática pode produzir efeitos de curta e longa duração que podem afetar positivamente as funções cognitivas e afetivas. Discutem-se aspectos relacionados às definições e às particularidades de cada técnica e aos contextos aos quais pode estar atrelada.
Apesar do crescente acúmulo de evidências sobre a relação entre meditação e saúde física e mental, ainda são necessárias mais investigações.
Artigo: Carolina Baptista MenezesI; Débora Dalbosco Dell’AglioII
I Mestre em Psicologia pela UFRGS, doutoranda em Psicologia com bolsa CNPq pela UFRGS
II Professora do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Psicologia, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Adolescentes (NEPA)
A seguir algumas técnicas para praticar meditação:
Primeiramente devemos escolher um local silencioso, arejado e limpo. O quarto de dormir é o ideal.
Depois devemos nos acomodar em uma posição confortável, na qual seja possível permanecer por um bom tempo sem se mover.
Pode-se se sentar com as pernas cruzadas ao estilo oriental ou deitar-se com a barriga para cima, as pernas esticadas e os pés unidos.
Tipos de Meditação:
- Corpo São
Apoios fisiológicos usados para melhorar o estado mental. É uma das mais comuns e simples de fazer. Concentre-se na respiração, nas batidas do coração ou na pulsação do corpo. Sente na chamada pose de índio (ou posição de lótus), com a coluna reta e as pernas cruzadas. Feche os olhos e focalize o fluxo de ar que entra e sai de seus pulmões. Essa técnica é aplicada no budismo japonês. “Se uma pessoa está ansiosa e agitada, o gesto de inspirar e expirar o ar longamente simboliza expelir o que está incomodando. É a saída do excesso de peso, propiciando um estado de serenidade”, explica Maria José. A prática hinduísta do tantrismo se concentram nas pulsações e o taoísmo, baseado na filosofia chinesa, nos batimentos cardíacos. - Cristã e bhakti-ioga
O foco da meditação são as divindades, orações ou textos sagrados. Resgatada pelo monge beneditino inglês John Main (1926-1982), está baseada na repetição de um mantra (sons). Sente-se com as costas retas em um lugar tranquilo, duas vezes ao dia, no período da manhã e à noite. Feche os olhos e repita o mantra Maranatha, que em aramaico significa “Venha, Senhor. Venha, Senhor Jesus”. - Transcendental
Não requer concentração ou contemplação. É baseada na repetição de um som particular só conhecido pelo iniciado. - Zen-Budista
Uma das técnicas dessa corrente do budismo é a meditação andando do monge Thich Nhât Hanh. Ao caminhar, conte os passos e sincronize-os com a respiração. - Dinâmica
Criada, especialmente para os ocidentais, pelo líder espiritual Mohan Chandra Rajneesh, o Osho. A técnica mistura elementos de várias culturas, como músicas, danças e movimentos para se conectar com o presente. - Raja Yoga
O foco é a reflexão. Sentados numa posição confortável e de olhos abertos, os praticantes mentalizam pontos positivos da natureza humana, como perdão, bondade, generosidade, compaixão e amor incondicional. - Concentração
Mantras (sons), formas geométricas ou cores são o ponto de atenção. É comum nas práticas hinduístas e budistas. Os praticantes concentram-se num desses aspectos e fazem com que pensamentos e emoções se direcionem a ele.
sites:
http://www.minhavida.com.br/bem-estar/galerias/1042-sete-tecnicas-para-meditar-e-acalmar-a-mente#conteudoTxt
http://www.divinaciencia.com/licao.php?cmd=1&id=14.
Para encerrar, neste vídeo há mais algumas dicas para tornar a meditação algo constante no nosso dia-a-dia.
Até a próxima!